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Eu odeio o Barreirense

Segunda-feira, 23.09.13

 

 

 

Calma, nervosos adeptos do clube em causa. A epígrafe que encabeça esta crónica não representa necessariamente a opinião do autor. É, isso sim, um desabafo de vizinho, farto até aos olhos, dos problemas de trânsito e estacionamento causados pela afluência de gentes e viaturas aos campos de treinos das escolas de futebol da referida associação.

 

Não nutro especial simpatia pela tribo da bola. Mais negócio que desporto tem, por causa do espírito clânico e intransigência, servido sobretudo como dispositivo de alienação e sublimação de ódios e frustrações, em vez de escola de esperáveis e bons costumes. Os benefícios desportivos, se ainda os há, passam para segundo plano. O primeiro lugar é ocupado pela ambição de títulos e contratos, conseguidos seja como for, tornando-se a ética algo de excessivo e incómodo só atrapalhando o atingir dos objetivos. Nisto, infelizmente, não se distingue de outras instituições, entre elas uma vagamente apelidada de governo, cada vez mais valha couto de oportunismos e mentiras. Mas adiante!

 

Pois o desabafo em referência salta no meio de um lamento proferido por este vosso comunicante.  Dá-se o caso de ontem, domingo, ter saído em curta viagem. Deixei estacionado, à porta de casa o carro de utilização diária. Hoje, pela manhã, fui ao supermercado. Ao voltar com o carrinho da compras, quando ia abrir o porta bagagens reparei, no lado direito, sobre a roda traseira enorme esfoladura feita por, certamente outro carro de cor branca. Não, não vi o carro. O que vi foi a amolgadura profunda sobre a roda, o arrancar da pintura preta, substituída por vincos de alva tinta. Fiquei furioso! Primeiro porque neste carro já irei na terceira amolgadela feita, neste local, por alguém que quer estacionar o carro onde não cabe ou não sabe sair do sítio onde se meteu sem ser a toque, por ouvido. Certamente por falta de habilidade ou golpe de vista. Depois pela cobardia e caráter pulha de quem sabendo ter produzido um dano, não assume a sua responsabilidade e se pisga antes que alguém lhe possa anotar a matrícula. Dir-me-ão serem estes comportamentos individuais e nada ter o Barreirense a ver com o caso.

 

Não teria se, ao construir os campos de treino, tivesse, como devia e seria de esperar, acautelado o simples facto de, instalando-se em zona habitacional, ter reservado algum do espaço para construir os estacionamentos para os previsíveis afluxos de viaturas em dias de aulas ou competições. Desconheço se há lei que a tal obrigue mas, mesmo não havendo, o senso comum e o respeito pelos outros deveria tornar obrigatória tal precaução. Agrava-se mais o facto quando verificamos que o respeito que lhe faltou pela comunidade sobrou em proveito próprio. É que não se esqueceu de construir um parque interno de estacionamento… para os corpos diretivos. Isso mesmo anuncia impudicamente em enorme aviso colocado nos portões de entrada. Há aqui qualquer coisa de discriminatório e inaceitável que cheira muito mal.

 

Juntou-se à conversa mais um pequeno grupo de moradores, todos com problemas idênticos. Referiram que no dia em causa um qualquer evento causou enorme confusão, chegando mesmo, como infelizmente já vem sendo habitual, a altercações muito próximas de mais graves confrontos físicos. A qualquer já aconteceu o carro amolgado e o anonimato do amolgante. Alguém fez notar que a culpa não é somente do clube. Já teria informado vereadores, a câmara e que o assunto teria mesmo sido discutido, ou apresentado, na Assembleia Municipal. Resultado, zero! Conclusão, a Câmara teme meter-se com o Barreirense! A maior parte assumiu a conclusão. Desfazendo-se o grupo, a mesma pessoa que soltou a frase do título acrescentou, então para quê votar em quem não luta pelo bem-estar da população.

 

A propósito, não tendo sido eu a proferir as afirmações sobre o Barreirense e a Câmara, começo a perceber que não me estão a deixar indiferente.

 

 

Publicado in: Rostos On-line

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publicado por Carlos Alberto Correia às 15:02