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desdémona alabastrina

Quinta-feira, 23.04.09
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para otelo saraiva de carvalho


I

desdémona jaz
nos teus braços meu
capitão de mais quentes
marés
ou praias de outros tempos

rodeiam-te enclavinhadas piranhas

em excessivo gesto de amor
as mãos torneiam a ingénua humidade da vida
pérolas de dedos enegrecidos
no jeito de calar

tudo se fazia à escala espontânea de outros rios
cheirava o novo verde até às margens
incómodos cavalos no viço dos tempos
em que tudo era redondo e levado no alcantil dos dias
e o corpo
ruído transitório no vento magoado
era sombra de domingo no frágil dos ombros

olha de novo

II

desdémona jaz

esquecida a invenção do protesto
deixa que o olhar só por si se sobrenade
até ao limiar das mãos

agora

sob a soleira do tempo repousa no prumo do leito
descreve o estático espaço entre grades de olhar

que portos tocas
que estonteantes claridades acusas
na procura lancinante dos inícios

quem as mãos te conduziu é que te acusa

aí estás desdémona de ti todo
onde te colocaram com a memória dos sentimentos
por estrear

braveza de tempestade nos trânsitos do espaço
como falar-te de gaivotas quando um corpo jaz
e tu olhas o espelho das mãos distanciadas e breves
onde te perguntas
há coisa mais terrível que olhar por sobre um rio

III

uma imagem percorre o clarão do raio
a cidade adormecida espera a quietude dos grandes temporais

olha a asa que voa
vê essa asa parada
avé ave asa ave

e que nos salve
e que nos salve

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publicado por Carlos Alberto Correia às 22:56

UMA QUESTÃO MUITO SIMPLES

Sexta-feira, 17.04.09
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Indubitavelmente uma das teses que levaram Obama à vitória foi a sua firme oposição à política belicista da administração Bush. Se não tivermos a memória curta lembraremos ainda as ferozes intenções dos neo-cons que levaram a um cozinhado de falsidades tendentes a proporcionar não só a invasão do Iraque, como pretendendo ainda obter uma monstruosa autorização para declarar “guerras preventivas”, em qualquer ponto do mundo, bastando para tanto que o Império sonhasse haver nesses países armas de destruição massiva ou ideias que não agradassem aos ditadores, em potência, do mundo dito democrático. Recordemos, também, que um dos principais actos da invenção da guerra se passou nos Açores, com o apoio basbaque e oportunista de Durão Barroso, ali catapultado para a Presidência da Comissão Europeia, com o concomitante abandono do governo da República nos braços, linfáticos e tragicómicos, do menino-guerreiro.

O repúdio dos povos do mundo obstou, de certo modo, ao avanço rápido que se pretendia de tais idiotices e, a ganância levada à solta dos próceres desta sociedade agónica, precipitou a anunciada queda deste iníquo sistema. Obama veio a tempo, com o discurso certo, com a dose de esperança suficiente para iluminar um novo caminho. No entanto, como muitos analistas já salientaram, os neoconservadores liberais não entregaram ainda os pontos. É que, apesar da catástrofe em que precipitaram o mundo, ainda têm muitos e largos interesses a defender e bastantes aliados ocultos em florestas de boas intenções. O seu descaramento é crónico e total, apenas comparável à ambição e desprezo, sem limites, pelos outros. Veja-se de passagem o desplante com que gestores de grandes empresas em risco de falência foram pedir, a Obama e ao Congresso, fundos para salvar as empresas, deslocando-se em jactos particulares; como muitos dos milhões investidos foram, prontamente, desviados para pagamentos pessoais e interesses individuais, contrários ao desenvolvimento harmónico dessas mesmas empresas em regime de forte descapitalização.

Aguardava-se que o percurso de Obama não fosse simples e esperávamos que muitos alçapões se abrissem no seu caminho. Em nome da esperança do mundo confiamos que ele os distinga e os ultrapassasse. De facto, na maioria dos casos, não nos tem desiludido. No entanto, sabíamos que a questão da guerra seria o mais difícil teste por que teria de passar. As suas declarações foram no sentido de terminar a Guerra do Iraque, tornada incomportável em termos económicos e sociais, e investir mais força no Afeganistão, guerra que, dada a sua origem e forma de declaração, assume um carácter menos pernicioso para a maior parte das opiniões públicas. Assim, anunciou a retirada gradual do Iraque – numa pequena e primeira cedência ao programa enunciado – e declarou o reforço às tropas do Afeganistão. De facto, fez retirar doze mil soldados do Iraque, e mandou já dezassete mil para o Afeganistão. Feitas as contas, em vez de diminuir o esforço de guerra está, nitidamente, a aumentá-lo. Este caminho poderá mete-lo num beco sem saída, sobretudo se continuar com a intenção de “vencer a guerra no Afeganistão”. Esta é uma miragem perigosa, remanescente do pensamento bélico neo-com, assente numa ideologia de justiça vingativa sobre os acontecimentos do onze de Setembro. Se ninguém com um ínfimo de sentimentos pode deixar de recusar a condenação para quem delineou e executou tão míseros atentados, penso ter chegado o momento de proceder a uma reflexão mais profunda sobre as razões da guerra e da sua manutenção.

Com o ataque às torres gémeas saltou para o mundo o nome de Ben Laden. Até aí seria um perfeito desconhecido para a maior parte dos viventes. A partir dessa acção o seu nome passou a ser sinónimo de arqui-inimigo da humanidade. Entende-se a comoção e, até se percebe que estando ele no Afeganistão, sob a protecção declarada do regime talibã, fossem os mesmos, ao recusar a sua entrega, atacados pela potência ofendida. O mundo percebeu estas razões - ao contrário do que viria a acontecer no Iraque - apoiou e acompanhou activamente o esforço de guerra, quer na economia, quer no próprio teatro de operações. Os anos passaram! Não se capturou Ben Laden. A vitória militar conseguida então está, muito rapidamente, a transformar-se não só numa derrota local, como a assombrar o mundo com o risco de que o Paquistão, potência nuclear, entre em rota de dilaceração social, deixando nas mãos de párias e aventureiros uma verdadeira força nuclear. É um risco demasiado grande para ser corrido.

No entanto, ninguém ainda explicou a Obama uma questão muito simples: não se ganha militarmente uma luta de guerrilhas, muito menos num terreno como o do Afeganistão. Pela simples razão de que eles estão lá, são a população ou pelo menos uma boa parte dela. Os outros deslocam-se para lá com todos os custos sociais, pessoais, emocionais e económicos que tal comporta. Além disso, os americanos aprenderam-no certamente no Iraque, nenhum ocupante é percebido como libertador. Será sempre, por melhor que sejam as suas intenções, unicamente um opressor. A América deveria recordar-se do Vietname, do Afeganistão da ainda União Soviética, das guerras coloniais portuguesas. As armas apenas podem conceder um tempo para se prepararem soluções políticas. Nada mais! Se Obama insistir em ganhar uma guerra que nunca poderá ganhar perderá, não só a guerra, como as esperanças depositadas nele e no seu mandato. Terá que perceber que o seu interesse e o das nações não é compatível com o do lóbi industrial-militar dominante no seu país e que não é lícito impor formas de vida e valores sociais ou religiosos - porque os consideramos superiores, melhores ou mais evoluídos - a ninguém. Cada nação deverá viver com os seus valores e com os valores que, induzidos embora, venha a aceitar como bons para, voluntariamente, incorporar na sua vivência. A democracia servida na ponta das armas é pura ditadura cultural. Nunca levará a mais nada do que à revolta daqueles que, presumivelmente, pretenderia libertar.

É finalmente uma questão muito simples, mas essencial, a que se põe de imediato a Obama sendo definidora de todo o seu mandato. Ou pretende vencer militarmente a guerra e está, de antemão e a prazo, condenado ao fracasso interno e externo, ou entende que os povos devem viver e evoluir dentro das suas culturas próprias e em livre intercâmbio e integração com as outras culturas, podendo marcar o início de uma nova era, ideológica e económica, para todo o mundo, evitando os armagedões que se acumulam no horizonte. É uma tarefa hercúlea mas absolutamente necessária para não nos tornarmos, também, uma espécie em vias de extinção.



Publicado in “Rostos on line” – http://rostos.pt

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publicado por Carlos Alberto Correia às 16:26

O erro (de) Vital

Sexta-feira, 10.04.09
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O PS de Sócrates tem pela frente, a nível nacional, um problema muito complexo. Mal comparadas as coisas é como o mistério da Santíssima Trindade. O três que é um! Só que aqui o Pai, o Filho e o Espírito Santo que encarnam um só Deus, é substituído pelas eleições europeias, legislativas e autárquicas, que sendo três, só uma transparecem. Isto porque por mais que a direcção do PS queira, por motivos de crise e feição de governar, elas se tornam todas em uma única e continuada forma de avaliação do governo. Não é má ironia para quem tanto defende as avaliações a qualquer preço. Como diz o outro, pela boca morre o peixe e, desta forma, um problema político pode transforma-se numa peroração teológica.

Apertado, agora, pela sua colagem ante-crise ao neoliberalismo, vê-se Sócrates na obrigação de contrapor, à efectiva prática de direita, um discurso de esquerda. Choca –se, no entanto, com a constatação diária das malfeitorias perpretadas contra as classes médias nacionais, com os apoios desmedidos ao capital e com a tremenda alergia a legislar contra a corrupção e o enriquecimento ilícito. Sabe Deus porquê!

Para tornar mais credível a vã retórica esquerdizante, também para tentar separar as eleições europeias das legislativas, procurou um cabeça de lista, parecido independente, que apresentasse algumas credenciais de esquerda. Na limitada visão do mundo em que circula ninguém lhe pareceu mais adequado que o constitucionalista Vital Moreira. E sê-lo-ia não fora o caso deste insigne Doutor ter, de há muito, iniciado um desvio de direita por colagem excessiva ao Governo Sócrates, em tudo quanto é texto publicado e posição assumida. Que o senhor tem todo o direito de escolher as companhias que prefere é coisa que não se discute. Já a sua representação do real cabe inteiramente na nossa crítica e avaliação. O que vem ressaltando dos seus posicionamentos é um comportamento de barata entontecida na tentativa de se colar na órbita de um governo absolutamente desorbitado. Do Vital Moreira atentamente escutado por tudo quanto de esquerda se assumia, já nada resta e por tal, esta escolha revela-se um erro Vital para o PS.

Mas também é um erro Vital de Moreira.

De tal forma isto é assim que, na esteira de uma intervenção de Mário Soares, criticando o apoio do PS a Durão Barroso para a reeleição ao parlamento Europeu, logo Vital Moreira, vem a terreiro defender que os Partidos Socialista Europeus deveriam apoiar um candidato próprio. Elementar meu caro Watson, dirá qualquer pessoa. Pensou-o e disse-o Moreira. Só que não compreendeu que o PS de Sócrates circula nas mesmas linhas de pensamento político do trânsfuga Durão “malgré lui”. Como muito bem tem sido apontado ele é o único que resta da fotografia dos Açores. Todos os outros foram já corridos da área do poder marcados que estão pela guerra e pela crise. O erro deste PS é não perceber que quem patrocinou tão fortemente a política Bush, por mais golpes de rins que dê, não poderá oferecer confiança a quem apoia o seu inverso, isto é, a visão Obama do mundo.

Entalado entre as suas contradições Sócrates tem de vir reafirmar o apoio “patriótico” a Barroso acelerando os movimentos paroxísticos da barata que já não sabe se há-de fingir de morta, levantar voo e partir, acabando, no entanto, para maior descrédito, por dar o dito por não dito. Mais um erro de Vital Moreira, obrigado a “explicar” que o que disse sobre apoio a um candidato próprio queria dizer o contrário daquilo que disse. Estão a ver a embrulhada? O descrédito e a gargalhada? Pois é assim mesmo que vai a candidatura independente às europeias com a imagem inquieta de um candidato tão dependente que terá sempre, antes de falar, que ir ouvir o que há-de dizer ou, caso tal as pressas não permitam, trazer no bolso o seu discurso e o contrário.

Enfim, servidões de quem serve o poder.

Se olharmos para as autárquicas, mesmo não havendo nelas, um erro Vital, também, para mal dos resultados PS, a maldição do Governo vai estar patente e com efeitos perceptíveis. Se em condições normais o PS tem nestas eleições uma forte pressão PSD, este ano ela será mais forte e acrescentada pela erosão, na sua franja esquerda, causada pelo efeitos desastrosos da política governamental nas condições de vida das populações. A perda de poder de compra, de condições de saúde, habitação e reformas e os ataques destemperados aos professores, entre muitas outras coisas, criaram um sedimento de má vontade eleitoral, mesmo dentro do partido. Não sei como poderá Sócrates ultrapassar o inferno que criou, mas creio bem, para melhoria de todos nós, que ele irá sair muito chamuscado nestas eleições.
Assim o creio e assim, firmemente, o espero.


Publicado in “Rostos on line” – http://rostos.pt

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publicado por Carlos Alberto Correia às 13:06

O voo do milhafre

Quarta-feira, 01.04.09
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No verão, quando o calor tórrido do Alentejo amodorra corpos e almas, no cimo do céu, pairando com olhar penetrante, o milhafre observa a terra em baixo. Perscruta qualquer movimento. Quando o detecta, fecha as asas e, como bólide, cai sobre o alvo. É assim que a proliferação de roedores é mantida em níveis aceitáveis. Sem a vigilância destas aves, os cereais seriam destruídos e a fome espalhar-se-ia pela terra. Também, na sociedade, hoje é necessário que os milhafres voem e destruam os roazes minadores do campo do poder, ameaçadores de destruição de tudo quanto são valores e ética, substituídos pelo xico-espertimo mais soez.

Cá vai este voo do meu milhafre!


1 – O nosso primeiro-ministro bem podia empandeirar alguns dos seus amigos, ou sequazes, ou seguidores. A sua companhia não lhe faz lá muito bem e potenciam os mais negativos traços da sua personalidade. Mal tapados ainda, num limbo de não esclarecimento, casos como os do diploma, das casas e do relatório sobre educação, surgem agora notícias alarmantes de pressões sobre o Ministério Público para proceder ao arquivamento do processo Freeport. Se alguma coisa pudesse prejudicar ainda mais o perfil de José Sócrates, seria juntar mais um “arquivanço” - e em caso de tamanha importância – às conspícuas ocultações já acontecidas nos casos acima lembrados. Amigo que queira favorecer o seu senhor de tal maneira, presta-lhe um muito mau serviço, contribuindo apenas para aumentar o lamaçal das coisas por esclarecer. Vale a pena relembrar o rifão “com amigos destes não precisa de inimigos”.

Se alguma coisa pode sair de são neste negócio malcheiroso é o apuramento objectivo da verdade dos acontecimentos. Sócrates só poderá livrar-se de mais este labéu de desconfiança, vindo a terreiro desautorizar tais amigos, exigindo o aprofundamento e esclarecimento pleno da ocorrência e do papel de cada autor no desenvolvimento desta tragicomédia. Caso contrário a imagem do primeiro-ministro ficará indelevelmente manchada pela desconfiança, com resultados possivelmente calamitosos na sua carreira política e, para o PS, no desfecho das próximas eleições.

2 – O Bispo de Viseu está em rota de colisão com a sua hierarquia, desde o colégio de bispos até à Santa Sé. Primeiro foi a correcção pertinente que ousou fazer às tristes palavras de Bento XVI quando, nos Camarões, teve a infeliz ideia de perorar sobre o preservativo e a Sida. Sempre me espantou como é que um grupo de assumidos celibatários constantemente se achou com conhecimentos e direito de opinar, de cátedra, em relação a coisas que, presumivelmente, não têm qualquer experiência: sexo e família. Fico sempre com a sensação de que ou são fala-barato ou nos andam a enganar há muito tempo. De qualquer modo, tendo em conta declarações do sibilante cardeal da congregação dos santos, Saraiva Martins, a rolha já foi imposta, a toda a igreja, com um autoritário “chega de pareceres”. Lá me vem à memória, não sei porquê, com um cheirinho a fogueiras, Giordano Bruno e Galileo.
É melhor deixar que os africanos morram com sida que controverter os dizeres papais. Pois que representa a morte de alguns milhares de desconhecidos contra a defesa intransigente da doutrina do papa que, como sabemos, em matéria de fé faz lei e nunca se engana.

Nem com Darwin!

No entanto o Bispo que se precate. A juntar à heresia da camisinha arriscou-se a defender o divórcio em caso de violência doméstica. Tem a minha admiração mas penso que não lhe vai servir de nada face ao ostracismo a que está a sujeitar-se. Nestas coisas a igreja é mais madrasta do que mãe e exige o cego princípio da obediência em qualquer situação e contra qualquer racionalidade.

3 – O que poderia ser surpreendente, mas infelizmente já não é tal, é a nomeação para uma empresa intermunicipal, de um senhor Domingos Névoa, conhecido gestor da Bragaparques, condenado por tentativa de corrupção do Vereador Sá Fernandes. É o regime de fartar vilanagem. Tudo é permitido desde que traga enriquecimento, mesmo que sem fímbria de honestidade. Fala-nos da sua aceitação a pequena multa a que foi sujeito e a falta de moral que é esta escolha. Não há nos negócios gente decente? É evidente que há, mas são preteridos e trocados por pessoas sem ética, sabe-se lá porquê. Por mais voltas que dê ao bestunto não consigo vislumbrar a razão de tais coisas e escolhas. E da lembradura saltam-me outros interessantes personagens, tais Ferreira Torres, agraciado com uma absolvição por falta de provas, Fátima Felgueiras, festejando uma condenação menor face às prevaricações e Isaltino Morais a tripudiar com o tribunal, do alto da sua suficiência, considerando que as acções ilegais praticadas não têm importância nenhuma porque a maioria as comete. Boa moral, senhor de Morais. Nem sequer é capaz de pensar que a ilegalidade é ainda mais censurável em quem ocupa lugares públicos. Mas não faz mal, o povo gosta e, para o sabermos basta verificar que se estes abencerragens concorrerem a eleições serão sem dúvida – e já foram – premiados com vitória certa. Se estivéssemos no Reino da Dinamarca diria que, entre nós, alguma coisa vai podre.


Publicado in “Rostos on line”http://rostos.pt

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publicado por Carlos Alberto Correia às 16:53